Portugal

Linfadenite Caseosa

Resumo

A Linfadenite Caseosa é uma doença crónica comum em ovinos e caprinos, na maior parte dos países produtores destas espécies.

Etiologia & Epidemiologia

A Linfadenite Caseosa é uma doença crónica que ocorre nos ovinos e caprinos, caracterizada por abcessos provocados pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis. Esta bactéria sobrevive durante longos períodos de tempo no meio ambiente, até vários meses. Vive nas fezes, no intestino e nas lesões dos animais infectados. Também sobrevive até 48 horas, aparentemente ilesa, nos banhos usados para controlar parasitas externos (Nairne and Robertson 1974).

A doença dissemina-se quando os abcessos  rebentam durante a manipulação dos animais, com consequente contaminação das instalações, do solo e de outros animais do rebanho. Os abcessos presentes em órgãos internos, nomeadamente no tórax, também são importantes fontes de infecção; quando rupturam junto à árvore brônquica, a infecção pode ser disseminada pelas secreções nasais e orais. O pus  libertado de abcessos que drenaram é a causa principal da disseminação. A bactéria entra no organismo através de feridas, da inalação ou ingestão, mas pode igualmente infectar pele sem quaisquer lesões. É transportada pelo sistema linfático até aos respectivos gânglios, nos quais se multiplica, provoca inflamação e forma os abcessos. Não se verifica dor ou aumento da temperatura durante o crescimento lento destes abcessos.

Sintomas

A Linfadenite Caseosa produz abcessos, principalmente nos gânglios linfáticos  (de vários tamanhos), em cerca de 80% dos ovinos infectados. Os gânglios sub-mandibulares, do ombro e dos membros posteriores são os mais afectados, podendo também ocorrer lesões intra-torácicas em muitos casos. Outros órgãos como o fígado, baço e rins, também podem ser afectados. O escroto dos carneiros também se infecta, podendo provocar infertilidade. Os abcessos superficiais podem ser detectados durante a observação, mas os abcessos que se localizam nos órgãos internos não podem ser detectados por palpação e são geralmente observados após o abate.

Diagnóstico

O conteúdo dos abcessos tem uma consistência espessa que se torna mais firme em lesões crónicas. As lesões têm um crescimento lento, chegando a ter 20 a 40 mm de diâmetro. Estes abcessos podem drenar e libertar o conteúdo, que se apresenta com uma cor esverdeada característica. Cada abcesso contém bactérias suficientes para infectar um rebanho inteiro.

Tratamento

O tratamento dos casos de Linfadenite Caseosa é muitas vezes inviável. A bactéria é susceptível a vários antibióticos, incluindo as penicilinas, mas o encapsulamento dos abcessos torna esta medida impraticável. Em animais de maior valor, os abcessos superficiais podem ser abertos e limpos com uma solução antiséptica.

Prevenção

As práticas de maneio devem ser adequadas à prevenção da disseminação da linfadenite caseosa. O ponto de partida consiste em adquirir animais jovens que não estejam infectados. À medida que vão crescendo, são mais susceptíveis de ser expostos à doença. As ovelhas imunes passam alguma imunidade para os filhos através do colostro. A tosquia, a realização de banhos e outras práticas de maneio que impliquem o agrupamento promovem oportunidades para a infecção se estabelecer, através de feridas ou contacto directo entre os animais. Estes factores, ao longo do tempo, fazem com que os animais  mais velhos se tornem os mais frequentemente infectados e, consequentemente, os que mais facilmente disseminam o problema. 

  • Na tosquia – assegurar que os animais jovens são tosquiados primeiro, a fim de garantir que o equipamento está limpo. É necessário prestar atenção à higiene das instalações, do pavimento e de todos os equipamentos de corte, principalmente os pentes e tesouras.
  • Após a tosquia – manter os borregos afastados dos animais mais velhos. Não manter os borregos acabados de tosquiar em cercas ou em currais, mas sim na pastagem. Os currais de agrupamento geralmente são os locais mais contaminados da exploração.
  • Banhos insecticidas/acaricidas – garantir que os borregos e os animais jovens são tratados primeiro, para que o banho não fique contaminado pelos animais mais velhos.

Existem em alguns países vacinas contra a linfadenite caseosa. Quanto a vacinação está disponível, é uma boa medida de controlo, a qual implica reforços anuais e uma correcta vacinação dos borregos. Demora pelo menos 4 anos a reduzir a prevalência de linfadenite caseosa para níveis aceitáveis. A implementação de um bom programa preventivo é essencial para controlar a doença.

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